Fazia tempo que não me dava na telha escrever algo sobre ação política. Hoje, por qual cargas d’água que seja, deu. Mas agora ouço autoramas e todo o caráter inflamado foi-se para... hum... para os confins das terras das harmonias e balas de caramelo. Então outra hora eu escrevo. Ou não.
Se vale como introdução, eu havia me esquecido de como nosso momento é este. De como o mundo vai passando e a gente parado observando, quando há quase que uma licença poética tramando para a ação. Como a gente consegue deixar o mundo passar por nos esconder em cotidianos medianos, problemas medianos, vidas medianas. Bicho, é a nossa hora!
É a nossa hora para fazer loucuras de amor. É a nossa hora de tocar numa serenata e escrever poemas. É a nossa hora de bancarmos os bobos e pintarmos as caras. É a nossa hora para enchermos a cara, falar de política e filosofia, mulheres e situações. Passou da hora de termos o controle do mundo em nossas mãos, para que brinquemos com ele. Passou da hora em pichar muros contra coronelismos modernos, lançar notas incestuosas sobre paternalismos políticos, xingar os malditos eleitores do collor, comemorar a morte do acm, tramarmos a morte do chávez e planejar atentados contra câmaras de vereadores ridículas por tanta corrupção.
É a nossa hora de tomarmos os palanques e dizermos não. Dizermos não ao sistema que se perpetua em carne podre. Dizermos não à mídia que investiga mais ou menos conforme seus anúncios, este ou aquele, situação ou oposição. Dizermos não aos bons e ingênuos homens do povo que votam em bondades temporárias, como se suposta bondade e ingenuidade condicionada pelo nascimento implicasse em burrice, termo menos chulo que encontro. Dizermos não ao senso comum de que o caminho certo é o mais fácil, de que a vida é ruim assim mesmo e que 20 minutos de orkut numa lan house resolvem todos os problemas do bairro.
Chegou a hora de nos livramos desta carapuça que nos colocam os mais fracos, que por medo lhes auto impuseram e que perpetuam no jeitinho brasileiro de ser. Porque jeitinho brasileiro é ser tosco, ser imbecil, ser acomodado. É coisa de gente sem estirpe que se afirmam da única maneira que lhes cabe: fazendo o discurso do não. Não dá, não pode, não faça, não grite, não reclame, não pergunte, não escreva. Não incomode o poder, não incomode a mim, o mandado. Não me faça pensar nisto ou naquilo, seu comunistinha... tenho filhos pra criar, casa pra cuidar e televisão pra assistir; porque eu sou alguém que se preocupa somente com o que é meu, e coletividade é coisa de retardado sem ter o que fazer.
Ok, chegou a hora de dizer não. Não somos comunistinhas, tampouco neo liberaizinhos ou coisas do gênero. Este tipo de generalização é pra movimento estudantil universitário movido a maconha e preocupados em conhecer algum líder revolucionário via cogumelos de pasto – algo místico, se é que me faço claro. Somos filhos de um país sem ditadura e sem inflação, fora do maniqueísmo aristocracia e proletariado; somos monstrinhos de assimilar informações de todos os tipos, a qualquer hora e em qualquer meio. E é isto que nos faz diferentes. Nós observamos tudo, temos acesso a um mundo infinitamente maior de coisas que nossos antepassados.
O problema é que nossa posição privilegiada não nos conduz á ação. Nós sabemos que o sistema político brasileiro é uma tranqueira, mas nem por isso saímos às ruas. Nós sabemos que verdades absolutas que insistem em nos vender são idiotas, mas não nos manifestamos contra. Nós vamos onde a modinha vai, e saímos de onde chegamos num piscar de olhos suficiente pra nos enfadar, porque modinha continua sendo modinha. Nós ouvimos as músicas que nos impõem, comemos o que nos dão, nos divertimos com emoções rasas, sempre compráveis. Vivemos, assim, num simulacro de vida, esperando o tal do carnaval que não chega.
Bom, já estamos na casa dos vinte e poucos, e o mundo espera um comando novo. Até quando vamos nos negar a tomar conta do patrimônio que é nosso por direito? Não quero ter que pensar sobre isso aos quarenta... não pretendo ser na velhice um melancólico, que deixou que os outros fizessem o mundo em que vive e que por isso corrompe-se dia a dia insatisfeito com sua vida. Este momento é nosso.
Se vale como introdução, eu havia me esquecido de como nosso momento é este. De como o mundo vai passando e a gente parado observando, quando há quase que uma licença poética tramando para a ação. Como a gente consegue deixar o mundo passar por nos esconder em cotidianos medianos, problemas medianos, vidas medianas. Bicho, é a nossa hora!
É a nossa hora para fazer loucuras de amor. É a nossa hora de tocar numa serenata e escrever poemas. É a nossa hora de bancarmos os bobos e pintarmos as caras. É a nossa hora para enchermos a cara, falar de política e filosofia, mulheres e situações. Passou da hora de termos o controle do mundo em nossas mãos, para que brinquemos com ele. Passou da hora em pichar muros contra coronelismos modernos, lançar notas incestuosas sobre paternalismos políticos, xingar os malditos eleitores do collor, comemorar a morte do acm, tramarmos a morte do chávez e planejar atentados contra câmaras de vereadores ridículas por tanta corrupção.
É a nossa hora de tomarmos os palanques e dizermos não. Dizermos não ao sistema que se perpetua em carne podre. Dizermos não à mídia que investiga mais ou menos conforme seus anúncios, este ou aquele, situação ou oposição. Dizermos não aos bons e ingênuos homens do povo que votam em bondades temporárias, como se suposta bondade e ingenuidade condicionada pelo nascimento implicasse em burrice, termo menos chulo que encontro. Dizermos não ao senso comum de que o caminho certo é o mais fácil, de que a vida é ruim assim mesmo e que 20 minutos de orkut numa lan house resolvem todos os problemas do bairro.
Chegou a hora de nos livramos desta carapuça que nos colocam os mais fracos, que por medo lhes auto impuseram e que perpetuam no jeitinho brasileiro de ser. Porque jeitinho brasileiro é ser tosco, ser imbecil, ser acomodado. É coisa de gente sem estirpe que se afirmam da única maneira que lhes cabe: fazendo o discurso do não. Não dá, não pode, não faça, não grite, não reclame, não pergunte, não escreva. Não incomode o poder, não incomode a mim, o mandado. Não me faça pensar nisto ou naquilo, seu comunistinha... tenho filhos pra criar, casa pra cuidar e televisão pra assistir; porque eu sou alguém que se preocupa somente com o que é meu, e coletividade é coisa de retardado sem ter o que fazer.
Ok, chegou a hora de dizer não. Não somos comunistinhas, tampouco neo liberaizinhos ou coisas do gênero. Este tipo de generalização é pra movimento estudantil universitário movido a maconha e preocupados em conhecer algum líder revolucionário via cogumelos de pasto – algo místico, se é que me faço claro. Somos filhos de um país sem ditadura e sem inflação, fora do maniqueísmo aristocracia e proletariado; somos monstrinhos de assimilar informações de todos os tipos, a qualquer hora e em qualquer meio. E é isto que nos faz diferentes. Nós observamos tudo, temos acesso a um mundo infinitamente maior de coisas que nossos antepassados.
O problema é que nossa posição privilegiada não nos conduz á ação. Nós sabemos que o sistema político brasileiro é uma tranqueira, mas nem por isso saímos às ruas. Nós sabemos que verdades absolutas que insistem em nos vender são idiotas, mas não nos manifestamos contra. Nós vamos onde a modinha vai, e saímos de onde chegamos num piscar de olhos suficiente pra nos enfadar, porque modinha continua sendo modinha. Nós ouvimos as músicas que nos impõem, comemos o que nos dão, nos divertimos com emoções rasas, sempre compráveis. Vivemos, assim, num simulacro de vida, esperando o tal do carnaval que não chega.
Bom, já estamos na casa dos vinte e poucos, e o mundo espera um comando novo. Até quando vamos nos negar a tomar conta do patrimônio que é nosso por direito? Não quero ter que pensar sobre isso aos quarenta... não pretendo ser na velhice um melancólico, que deixou que os outros fizessem o mundo em que vive e que por isso corrompe-se dia a dia insatisfeito com sua vida. Este momento é nosso.
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