Entrevista com Emmanuel Appel, professor de Filosofia da Universidade Federal do Paraná, referente à mesa redonda ocorrida em 19 de setembro de 2006 com o tema A Filosofia e a Sociologia no ensino médio: conquistas e desafios, na qual o entrevistado palestrou em conjunto com a professora Ileizi Fiorelli Silva, da Universidade Estadual de Londrina. A mesa ocorreu dentro da programação dos eventos IV Seminário de Ciências Sociais: diferentes olhares sobre o contemporâneo e I Simpósio de Filosofia: pensamento e poder, ambos organizados pelo Departamento de Ciências Sociais da UEM. Entrevista realizada pela acadêmica Nathalia Muylaert Locks Guimarães para a segunda edição do jornal Subjetividade Coletiva.
Subjetividade Coletiva: A filosofia tende cada vez mais a fazer parte dos concursos vestibulares. Essa é uma preocupação no nosso curso... Como ensinar filosofia ao mesmo tempo em que há a cobrança para que ensinemos somente aquilo que cai no vestibular?
Appel: Como eu começaria a respondendo a tua questão, que é uma questão complexa, boa... Eu iniciei na verdade há pouco tempo à partir de um encontro do Fórum Sul-brasileiro nesse último final de semana
Subjetividade Coletiva: Quando a gente trabalha com textos clássicos precisamos que os alunos tenham acesso a eles; assim temos um problema: por exemplo, são quatro obras que Federal começou a pedir para o vestibular dela; então deveria-se comprar quatro livros por aluno no ensino público. Como que o governo vai pagar por tudo isso?
Appel: Esses livros não são tão caros, e assim como existem já edições de grandes obras primas da literatura universal em papéis menos sofisticados que nós encontramos nas bancas, eu acho que o mesmo pode ser feito com os textos dos grandes filósofos. Eu defendi muito que nós... nós tivemos essa preocupação, inclusive outros textos nós tínhamos selecionado, chegamos a quatro mas a idéia inicial era seis, depois passamos para cinco, concluímos em quatro porque fizemos uma pesquisa das edições, dos preços, da disponibilidade desses textos nas livrarias, em última instância, se tivesse, por exemplo, entrado um texto do Kant de dez páginas como é o caso do texto Resposta a Pergunta : O que é o Iluminismo, este texto eu já estava articulando com a Editora da Universidade para que pudesse imprimi-lo, é um texto de dez páginas, isso até teria sido possível mas daí os prazos não nos permitiram tanto, então essa sua pergunta faz sentido. Ainda sim eu acho melhor que o Estado banque alguns desses textos, não é, porque provavelmente há muita publicação desnecessária por aí, e esses textos não podem ser chamados de tesouros da juventude, como queiram, patrimônios culturais da humanidade, são textos que podem servir a família toda. Aliás eu sonho muito com isso, com essa idéia de que a permanência de alguns desses clássicos possa formar algumas frações de geração e que isto contamine a família como um todo, porque em geral os pais se interessam muito pelo vestibular dos seus filhos, é um momento em que eles estão sendo lançados na sociedade civil, segundo certos aspectos se nós pensarmos no esquema hegeliano é uma espécie de despedida da família, depois da família cumpre um pouco a sua tarefa que é de preparar o seu filho para os interesses particulares, egoístas na sociedade civil, é o momento em que ela verá se o filho que preparou está pronto para luta, então ela acompanha isso de perto.
Subjetividade Coletiva: Você falou ontem na palestra que a gente deveria seguir um padrão crítico, radical. Só que por exemplo, na Universidade, os cursos de Filosofia em sua grande maioria são ensinados de uma maneira estrutural. Se nem as Universidades formam críticos, como ensinaremos crítica ao Ensino Médio?
Appel: Eu não concordo tanto assim que a Universidade não tenha se preocupado com a formação crítica, mas vamos aqui recuperar o que nós estávamos dizendo ontem, na verdade assumi uma palavra de ordem de uma professora que leciona nos Estados Unidos e que é estudiosa da Escola de Frankfurt, e que compareceu em Amsterdã a um Congresso Walter Benjamin, e dela foi o grande acontecimento desse Congresso, porque lá pelas tantas sendo muito fiel ao Walter Benjamin ela afinal se pergunta: o que que nós estamos fazendo aqui, nós intelectuais universais?, e respondendo sua própria questão ela diz que se nós quisermos ser fiel a um pensador como este que estamos estudando que chegou a pensar a história, a possibilidade da história a contra pelo e que se colocou na perspectiva dos oprimidos, o Walter Benjamin tem uma frase nas teses a cerca da filosofia da história que eu acho que esclarece bem o que eu quero dizer pra você , ele vai dizer que para os condenados da terra, digamos assim, para os oprimidos, para os sacaneados pela sociedade de classe, a exceção é a regra, portanto se a exceção é a regra para um conjunto muito grande de pessoas trata-se de forjar um conceito de história e um conceito de filosofia que esteja a altura desse imenso problema, e ela então a partir daí propõe o que ela chamou de uma “mini namoralia”, que seria o seguinte: nós temos que dar um jeito de garantir que as novas gerações sejam capazes de receber o que ela está chamando de uma tradição crítica radical e radical aí, no sentido de apanhar, de tomar, de capturar as coisas pela raiz, de ir ao nó da questão. Um outro pensador que colocaria a questão também de forma muito parecida, se bem que em noutro contexto, é Jean Paul Sartre. Sartre dirá nos seus estudos acerca do intelectual que intelectual que não for de esquerda é uma contradição em termos, por que que seria uma contradição em termos, porque somente ele teria condições de assumir a racionalidade e a radicalidade que são inerentes à função do intelectual, evidentemente que eu compreendo a sua questão , não seria ingênuo de afirmar que a Universidade tenha assumido essa máxima, eu até ontem disse que essa máxima faria sentido se assumida institucionalmente não por um voluntarismo esquerdista deste ou daquele professor, mas de qualquer maneira eu também estou apontando esta radicalidade que eu estou aqui propondo, ela decorre um pouco dessa perspectiva bem jaminiana: eu tenho que enfrentar aqueles problemas que são mais dramáticos, nós temos hoje, nós não podemos fazer de conta que os imensos problemas que atravessam a nossa sociedade não nos dizem respeito e se eu faço filosofia se eu penso incluindo a perspectiva dos excluídos, o que que resta a um excluído senão a perspectiva da crítica, perspectiva essa que pode ajuda-lo a se organizar, pode ajudá-lo com esta organização encontrar meios de defender seus interesses mais elementares.
Subjetividade Coletiva: Esta aparente falta de professores de filosofia dado esse que é deduzido de inúmeros casos onde aulas já existentes são ministradas por professores de outras matérias. É apropriado implantá-la de forma obrigatória neste momento, e digamos assim, qual seria o outro profissional mais apropriado para ministrar essa disciplina? Porque há uma falta!
Appel: Suas perguntas são todas muito bem pensadas. Nós temos que tratar essa questão com a maior objetividade possível, nós não temos um levantamento claro dessa situação, eu tenho algumas suspeitas. Trinta e cinco anos se passaram desde que ela foi suprimida por iniciativa da ditadura militar brasileira, nos chamados anos de chumbo da ditadura, início do período médio,1971, sendo ministro Jarbas Passarin, é possível acreditar que apesar dessa supressão no ensino médio ela se manteve num número expressivo de instituições então muita gente foi sendo formada em filosofia nesses anos todos. A crise é muito mais grave do lado da matemática, do lado da física aliás isso é uma tragédia nacional, a quem diga que falta ao Brasil cem mil professores, é um número assustador,
Subjetividade Coletiva: Ouvi falar já de trezentos...
Appel: Ouviu falar já de trezentos? Bom, o número é muito grande e o prazo que está sendo dado está levando em conta informações pelo próprio MEC de que eu não sei te precisar, mas de quinze a dezessete estados, já a algum tempo ela vem sendo progressivamente, mesmo no chamado viés da transversalidade, ela vem sendo implantada. Há alguns estados que já tinham decisões legislativas e de seus conselhos estaduais para a implantação, se eu pegar o exemplo do Paraná, a nossa situação não é tão dramática porque a Secretaria de Educação vem fazendo isso, há mais de oitocentas escolas que já teriam filosofia, um número menor já tem sociologia, há uma decisão do Conselho Nacional de Educação e recentemente questão de dois a três meses atrás, o projeto de lei do deputado Ângelo Vanhoni foi aprovado por unanimidade em primeira e segunda votações e dias atrás, duas a três semanas atrás, menos, o governador Roberto Requião sancionou esta lei. Então, aqui no Paraná estamos amparados por um parecer do CNE que repôs as coisas no lugar, tomou a decisão de sepultar o parecer 3/98 que foi o parecer que jogava a filosofia e a sociologia nesse viés da transversalidade e além disso temos essa decisão estadual. Então aqui eu não vejo como sendo um grande problema eu voltei agora de Aracajú, estive na semana passada em Aracajú, e percebo que lá a situação é bem mais difícil, não há ainda um grande engajamento sequer do departamento de filosofia, se bem que a partir de agora esse engajamento começa a se dar de forma eloqüente com a compreensão por parte de muitos professores, é importante entrar nessa discussão. Eu acho que nós teríamos que buscar para que isso acontecesse, nós teríamos, não sei se estou saindo muito da pergunta que você fez mas, com a colaboração dos Conselhos Estaduais, das Secretarias Estaduais, dos Departamentos de Filosofia, dos Sindicatos de Professores, das Associações de Professores, nós temos condições de num prazo razoavelmente bom, colocar boa parte desses professores que não foram formados em filosofia por um programa de formação continuada acho que nós teríamos condições de prepará-los para que aos poucos então as Secretarias possam fazer concursos e contratar efetivamente professores formados em sociologia e filosofia.
Subjetividade Coletiva: Você falou ontem em sua palestra que a gente deve definir um intenso programa de leitura. Eu queria saber se quando você fala nesse projeto educacional, isso se reduz só a filosofia ou seria interessante também, por exemplo, colocar na matemática se você fosse estudar um Pitagóras, como colocou lá, a gente deveria procurar na fonte também, ou isso seria mais do aspecto da filosofia?
Appel: Eu não tenho muita certeza de como eu poderia te responder a essa questão, eu não me sinto em condições para pensar em como isso poderia ser feito na matemática, o que me parece claro é o seguinte: eu poderia imaginar se bem que correndo riscos, de que a história da medicina não seja tão vital para a formação de um médico quanto é a história da filosofia para a formação de um professor de filosofia. É um exemplo meio arriscado mas vá lá: é possível embora eu próprio não concorde com isso interpretar que a história da medicina seja sobretudo uma história dos erros médicos e quando nós procuramos um médico nós queremos resultados para resolver o problema que nos levou ao médico, então aparentemente se poderia, se eu partir do pressuposto de que a história da ciência médica fosse apenas uma recuperação de informações a cerca dos erros cometidos, certamente é mais do que isso. Não sei se a comparação efetivamente ajuda mas no caso da filosofia não é possível fazer a filosofia sem freqüentar os filósofos, o estudo da filosofia é inseparável dos textos dos filósofos e o estudo da filosofia por esse motivo também é inseparável da história da filosofia. O conceito de formação que eu fiz referência ontem implica uma clara relação com o tempo, implica em que tenhamos condições em aprender com o passado, recuperar as suas esperanças e com base em algumas dessas esperanças questionar o presente. Acho que você poderia repetir novamente essa questão? Eu quero ver se eu entendi bem.
Subjetividade Coletiva: Você falou de um programa intensivo de leitura de textos, eu gostaria de saber se isso é restrito só para a filosofia ou se com o tempo a gente deveria implantar isso também em outras disciplinas, como por exemplo a matemática?
Appel: Não, isso está bem claro. Eu por exemplo estou advogando embora evidentemente que é muito fácil eu advogar isso não conheço bem a realidade, não sei responder no caso aí da matemática mas, eu acho que a sociologia poderia fazer o que nós estamos fazendo. A história da sociologia tem alguns clássicos que já poderiam começar a ser freqüentados no ensino médio, a história da sociologia tem nomes de sociólogos... por que que não se poderia discutir no ensino médio dois capítulos da Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo do Max Webber? É claro que eu não estou propondo que se faça no ensino médio mais do que é possível mas, não consigo entender por que que levar essa discussão, eu tenho uma experiência muito pequena, eu fui professor no Colégio Estadual do Paraná, e tomei a iniciativa de substituir os manuais que estavam sendo estudados eram alunos, o curso clássico era uma versão do segundo grau, o segundo grau se dividia em CS, Ciências Sociais, também chamado de curso clássico, em CM, Ciências Matemáticas, CB, Ciências Biológicas. Eles tinham um núcleo de disciplinas comum que dependendo se biológica, se matemáticas ou se sociais ou clássicas, havia uma ênfase maior em algumas disciplinas. Anos depois encontrei pessoas que foram minhas alunas nesse período, eram em sua grande maioria moças, o que elas se lembravam mesmo dos cursos e, de certo ponto até me agradeciam foram as discussões que nós fizemos do Sartre, nós lemos um teatro do Sartre, lemos inclusive este livro: O existencialismo é um humanismo, foi uma conferência que o Sartre deu na França ocupada, em 1943, então estas experiências de encontrar um grande pensador, de fazer a experiência da discussão e perceber que o estudo é capaz de proporcionar vias de acesso para a compreensão dos problemas da realidade isso apaixona os alunos e nós podemos ter diferentes critérios para a escolha desses textos, existem textos que são reconhecidamente mais difíceis, nós podemos pensar em textos enfim, que não supõem antecedentes e mais antecedentes de estudos para que eles sejam compreendidos. Eu tenho dito o seguinte para os meus alunos e eu acho que isso vale muito no curso clássico, desculpe, no ensino médio, eu diria se eu fosse professor de ensino médio eu faria a seguinte experiência com meus alunos, leríamos o texto uma vez, se nós não o entendêssemos a culpa pela não compreensão, pelo não entendimento seria nossa. Faríamos uma Segunda leitura e se esse episódio se repetisse, se a não compreensão continuasse a culpa ainda seria nossa, eu diria que é possível até encontrar um ou outro autor que essa experiência possa ser feita numa terceira vez e a gente assumindo a culpa, mas não mais do que isso. Na Quarta vez para que a gente preserve a auto estima e não se sinta burro, não se sinta incompetente, que a gente atribua a culpa ao próprio autor, ao texto, mas nós poderíamos fazer isto, não é? Um bom professor levanta essa suspeita, lá pelas tantas. Por que que o autor que está sendo debatido, ainda que um clássico tenha escrito mal um parágrafo, tenha sido muito mal traduzido. Enfim, esta experiência de enfrentar o texto, ela vai proporcionando momentos de afirmação da individualidade, momentos de autonomia. Vai me ensinando a pensar e sobretudo vai me ensinando que para pensar eu tenho que em determinado momento eu tenho que tomar uma posição, dar um basta, assumir a minha subjetividade, assumir o meu inconformismo, assumir a minha rebeldia, acho que é possível isso....
Subjetividade Coletiva: Por exemplo, você falou nessa questão do modelo francês, que é o modelo de leitura intensa de texto. Eu queria saber se existe algum projeto pra trabalhar com a transição como é trabalhado na escola para esse modelo, porque você tem que fazer toda uma preparação com o aluno né? E o pessoal está assustado lá em Curitiba mesmo, está uma correria, uma loucura aqui, tá uma loucura para conseguir entender todo esse projeto e toda essa preparação. Eu queria saber se existe um projeto para essa transição...
Appel: Tem um programa de transição aí absolutamente necessário, você viu que ontem a noite eu dei de presente dois exemplares do livro didático público, recentemente lançado pela Secretaria Estadual de Educação, não tive a oportunidade de lê-lo, apenas folheei, me pareceu a primeira vista, que é um livro que preenche bem essa transição, porque ele não faz em nenhum momento, ele não passa, eu quero acreditar, por três pessoas que lá trabalharam mesmo sem Ter visto o livro, espero que ao vê-lo e analisá-lo eu confirme essa suspeita, mas como eu conheço três das pessoas que lá estão participando das discussões juntas há a preocupação de fazer com que os estudantes cheguem aos textos, então as discussões propedêuticas preliminares introdutórias, elas têm como projeto num tempo razoavelmente curto fazer com que essa experiência da leitura seja proporcionada aos alunos. Na França nos anos 60 dois autores, Denil Esmon e Andrew Verje, produziram Compêndios Modernos de Filosofia, esse era o título, um deles chamava, era o volume 1, A ação, e o volume 2, O Conhecimento, estes dois títulos que atravessavam os grandes temas que compõem o corpus filosófico as diferentes disciplinas, ele se seguiam com o levantamento de questões, uma recomendação bibliográfica e como se isto não bastasse, por isso que eu vou lutar, havia um terceiro volume, entitulado A História da Filosofia, a história dos filósofos através dos seus textos, que era uma espécie de terceiro volume, era uma antologia de textos filosóficos, eu acho que a Secretaria de Educação, para estar a altura do seu próprio projeto desse seu primeiro volume, há um outro volume que está para ser lançado, seriam as diretrizes e esse terceiro eu não sei se já foi pensado, mas nós poderíamos fazer uma antologia de grandes textos, isto bancado pelo Estado numa tiragem de 450.000 exemplares, como foi feita agora, em partes resolveria o problema.
Subjetividade Coletiva: Qual é o papel da Universidade na implantação da filosofia no ensino médio. O que gente dever fazer? O que a gente deve trabalhar para fazer isso funcionar?
Appel: A professora Ileise ontem a noite, fez uma interessante incursão pela história destas disciplinas, as dificuldades curriculares, enfim, ela lembrou um episódio, que eu não sei se saberia reproduzir direito, mas ela nos explica num dado momento da sua exposição os motivos pelos quais as Universidades privilegiaram a pesquisa e a pós graduação e abandonaram um projeto de formação de professores, em parte deixando essa tarefa para as escolas particulares, as públicas fizeram isto, e esta recuperação que ela fez desses momentos daí da história que não é o caso aqui de reproduzir, a gente poderia depois consultar, um pouco isto que nós teríamos que fazer agora: é convencer nossos departamentos e nesse sentido eu quero saudar algumas iniciativas que vem sendo tomadas pela Associação Nacional de Pós Graduação em Filosofia, que a exemplo do Fórum sul brasileiro que já a alguns anos se dedica a pensar a filosofia e no seu ensino, estas entidades começam a mostrar a importância dos departamentos se preocuparem mais com esta questão de nós recuperarmos as licenciaturas, investirmos mais na formação de nossos alunos, prepará-los também para o magistério do ensino médio. Eu estou tentando mostrar pra você que nós temos um partido claro: voltarmos a nos preocupar com algo que permaneceu distante, sobretudo nas Universidades públicas que têm departamentos de produção intelectual sofisticada com pesquisas densas de valor social e teórico muito grande, mas que pelo fato inclusive, dela não existir como disciplina obrigatória nas escolas do ensino médio, não havia demanda nesse sentido. Acho que seria no mínimo estranho se os departamentos de filosofia, eu tenho certeza de que isso não vai acontecer, eu tenho circulado muito e vejo que isso passa a ser uma preocupação, não sei se basta apenas reencluir os projetos de licenciatura ao lado dos bacharelados, nós já estamos fazendo isso lá em Curitiba na Federal, nós estamos oferecendo cursos para os professores e além de nós, nós estimulamos outras entidades como o SESC da esquina a fazer o mesmo.
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