sexta-feira, 26 de outubro de 2007

Eu não sou “comunista” ou Contra o discurso ineficaz

Eu não sou “comunista”. E sinceramente começo a desgostar daqueles que são. Há algo de autoritário na visão de quem se apresenta assim. Claro, não conheço todos os comunistas do mundo, e muito menos li Marx de maneira séria. No entanto, isto não desqualifica meu julgamento, pois um dogmático mostra a cara independentemente da interpretação que teve de sua Bíblia.

O que diria sobre esse mostrar de cara? Ora, subjugam o próximo a suas Verdades (ou tentam), acreditam realmente que queimar vivos seus opositores é válido pela lógica do “Bem maior: submeta-se”, e têm uma forte tendência à desqualificação dos adversários, e não do discurso que eles propõem. No caso dos “comunistas” isto acentua-se com “Capitalistas porcos imundos” e “legalistas do governo” – independente se o governo é o do Lula, FHC, ACM, Deus ou o diabo à quatro. Nesse ponto chego inclusive a me perguntar por que escrever sobre eles. É mais fácil ligar a Bandeirantes em horário nobre e assistir o “Deus é fiel – como depois que paguei o dízimo Deus intercedeu na minha vida – e dez maneiras de se livrar da força do mal que “encosta” nos homens de bem”. Ao menos me divirto. Com os que se intitulam “comunistas”, nem isso.

Se o movimento estudantil não estivesse contaminado por eles, se a Juventude de outros partidos políticos existissem e a eles fizessem frente, se ao menos as ações destes enviados pela Vossa Santidade Karlinhos Marx fossem eficazes... Daí não me incomodaria. Mas não são eficazes. Nunca mudaram o mundo em suas eternas esperas pela Revolução, aquela que trará o “verdadeiro socialismo” (nada contra o tal do socialismo, diga-se de passagem – e nada a favor também). E pior: nunca vi nenhum deles trabalhando em ações de caridade ou ajudando de fato a classe proletária. Se o único poder que é possível fosse o de mandatos políticos conseguidos na base da retórica de promessas incertas e fugidias estaríamos à beira de um colapso, hoje mais do que nunca. E se de lutas por siglas somente chegar-se-á à sonhada mudança almejada me proporei fora do jogo. Se for assim, darei aulas apenas (para “comunistas” e não comunistas – liberais e quaisquer outros seres que possuam ligações com o inferno e imediações); talvez ajude a associação do meu bairro a resolver problemas imediatos das pessoas e quem sabe até planto umas árvores nas beiras de córregos desmatados. Coisa pouca, confesso. Mas política, esta eu não quererei mais.

No entanto, se as tais lutas por siglas representarem duas ou mais práxis diferentes propondo-se para a transformação da realidade, e demandarem um saber fazer, ao invés de serem pelo mero desejo de auto afirmação pós-adolescência e por uma vaidade que pouco pensa e muito fala, poderia então colaborar neste campo que tanto tange os nossos cotidianos.

O problema é que falta à maioria da chamada “esquerda” que reina no campo dos movimentos estudantis um pouco mais de seriedade. Eu aconselharia a prestar mais atenção nas pessoas que formam vossos coletivos e menos para vossos ideais de coletividade – o segundo é em função do primeiro, e não o contrário. Aconselharia a pensarem que o todo depende da parte, e que há várias maneiras de se pensar este todo – inclusive algumas mais eficazes. Eleições com um terço dos eleitores possíveis, votos na base do coleguismo e uma total indiferença ao que se chama hoje “Movimento Estudantil” são no mínimos indícios que levam à consideração destes conselhos. Nada adianta empunhar bandeiras se elas são meros adereços alegóricos para aqueles que as observam em vossas mãos.

Se vocês não podem entender pessoas como indivíduos separados da massa de bois que visam comandar e conduzir para a felicidade, se vocês não percebem que é pela educação e não em discursos de porta de bar que uma consciência se torna crítica ao ponto de protestar, então sinto vos dizer que vossas jornadas são sim ineficientes, e desde seu início uma utopia estúpida. Repensem, vocês têm bom coração e quem sabe ainda poderão fazer-se úteis. Sempre há tempo.

Mas nunca, absolutamente em nenhuma circunstância, me digam que minha individualidade deve submeter-se ao todo no qual vocês acreditam. Mando-os ao inferno. No máximo aceito que de individualidades livres e plenas possa-se criar um todo melhor. E se não puderem me tornar pleno, ao menos não atrapalhem.

Ah, e deixem que me ensinem sobre comunismo aqueles que o sabem.

5 comentários:

Kim M. Pastro disse...

Olha.. juro q li umas 5 vezes oq vc escreveu ai... a unica conclusão q consegui tirar é:
não vá morar em cuba. HuiSUIAShsasauIh :D

Anônimo disse...

huahuaihaiuhai....

o doni quer pra venezuela, ce bota fé?

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Rudah A. L. disse...

Além de não morar em Cuba (ou achar o Chavez um bom presidente...) vejo tbm a boçalidade daqueles que não conhecem que não conhecem e vomitam palavras desconexas...
Ainda ouso a extrapolar e dizer que não só os pseudos-semi-quase-tentando-comunistas, mas qualquer infeliz que proceda dessa forma, é um tosco.
Putz... até o primeiro hippie da história (Sócrates) sabia de suas limitações...

Anônimo disse...

aqueles que conhecem sua ignorância e mesmo assim dizem algo... vai saber, vai q são fodões