quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Cadê?

Cadê? Cadê a verdade, o verossímil, o animado? A mentira é parada, o estático finge a realidade. Finge de verdade. Porque limitamos as coisas não as possuímos, não seremos jamais as coisas. Sou o que admito não estar fora de minha consciência – mas quem deu o estatuto de norma à consciência? Se ser define Deus, me define também. Mas não sou somente, sou algo. A impossibilidade de falar o que sou não implica que eu somente seja, apesar de que qualquer coisa que seja dependa de, invariavelmente, da minha condição de ser. Em que me preenchem definições? Sou no mundo, e por isso sou enquanto relacionado com o mundo. Homem, defina-se; racional; defina-se. Mas que não se esqueça de que sou social, e daí uma Política, e daí uma linguagem, e daí um bem agir referente a mim, mas não fora do contexto do outro. Minha consciência de mim me define como estando em mim, e só tenho essa noção devido ao que está fora, onde não me reconheço. Mas como dependo das coisas para ser essa consciência egoísta! Como me livro do outro para me afirmar ser quando o sentido de ser está tão intrinsecamente ligado ao que está fora de mim!
Qualquer predicação ao meu ser supõe um outro, mesmo que imaginário, que complete minha incompletude de predicado. Qualquer predicação do meu ser me lembra que sou em relação a algo, e por isso dependente. E isso não se rompe no tempo: a relação é contínua. Tudo começa pelo próprio eu: algo que me limita na existência do mundo como ser separado desse mundo, e portanto dependente desse mundo para ter sentido. O livre seria ser somente: poder afirmar “SOU!”, e por mera possibilidade teórica, pois o somente ser não seria um ser que age – no caso afirma nada. Desse ser não teria-se notícia, pois nenhuma ação teria. Seria imóvel, enquanto completo. E nunca poderíamos ser plenos enquanto pensássemos, pois pensaríamos sobre algo e em relação deixaríamos de ser plenos, ser somente.
Mas não sou livre. Tenho o outro. E vocês também têm. Bobeira de Deus! Na nossa imperfeição somos perfeitos, na nossa incompletude nos completamos. O tempo eterno, se há, faz parte da minha existência... Será que a superação do indivíduo através da derrubada de alienações demora muito? O bobeira!!! De qualquer forma, temos uns aos outros. É nisso que prefiro acreditar. E vocês? Acreditam em quê? Só não me digam que acreditam demais em vocês.

6 comentários:

Adalberto Proença disse...

é marcão, a vida é dura e cheia de desvíos, e é por isso que eu gosto de sentar, puxa unzinho, descansar e aí vou pensar em pensar o que vou fazer.
ah esquece..
abraço.

GUARA´s disse...

pq você não deixa deus fora disso?? pq se preocupa tanto com ele?? vc nem acredita que ele existe não é?
tente escrever algo sem mencionar ele pra ver se vai ser tão interessante ... quer apostar?? não é tão incrédulo assim... eu sei disso...

Anônimo disse...

as pessoas se apegam demais na figura de deus de forma não crítica... somos, em primeira e última instência, no mundo.

Não quero fugir da dor.
Não quero o céu além vida.
Que deus seja, não é problema meu.


Não guara, o deus do qual falamos é difente... p mim é um simples modelo teórico, p vc algo que eu tenho q resolver comigo mesmo... eu ja resolvi: meu deus, ou a falta dele, é um problema meu somente... aquele q exponho é, como penso, modelo teórico.


bão, no mais o curinthias caiu... se pá deus existe.

qualé a verdade né peu... ce pá ce ta certo... ou n!

:)

abraço

Anônimo disse...

eita: *intância... cabeça...

Unknown disse...

Gostei do texto, Marco!

Abraço :)

Anônimo disse...

gradecido!

:)


niemand